
A acentuada mudança corporal é necessária para dar um maior realismo ao filme, pois Ron Woodroof (Matthew McConaughey) é um doente de SIDA que leva uma vida boémia, com explosivas misturas de álcool, sexo e drogas. Quando descobre a sua doença (conhecida na altura, em '85, como a doença dos faggots) o seu estilo de vida começa a pouco e pouco a mudar e a transformação da personagem é acentuada. O cowboy homofóbico passa a conviver regularmente com homossexuais, sendo que Rayon, um transsexual (protagonizado/a por Jared Leto), acaba por se tornar no grande parceiro de vida e de negócios de Ron.
Ron Woodroof, insatisfeito com os medicamentos receitados pelos médicos, vai ele mesmo à procura de soluções, e desde o México à Ásia luta por medicamentos que realmente ajudem os pacientes de SIDA, ao invés de apenas destruirem o organismo dos doentes. Começa assim a batalha entre Ron, que funda o clube que dá nome ao filme, e a FDA, que não quer permitir que Woodroof ganhe dinheiro com medicação alternativa à dada nos hospitais.
A grande prestação da dupla central - Matthew e Leto - leva o filme às costas. Entre a luta contra o sistema e a relação entre os dois está o ponto-chave do filme. É difícil apontar defeitos quando nos contam uma história que realmente existiu (tirando algumas partes fictícias) e por isso é complicado dizer que x coisa podia ter sido contada de outra forma, mas a verdade é que se nota um quê de americanice escusada, mesmo quando o filme e a sua história vão precisamente focar a luta de um homem contra o sistema americano que sobrepõe os ganhos económicos à saúde das pessoas do seu país.
8/10
(O mais normal é pelo menos um Oscar ir parar por aqui, entre Matthew e Leto, pelo menos um dos dois deve ser premiado, sendo que nos Globos de Ouro deste ano ambos saíram vencedores.)
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