terça-feira, 14 de janeiro de 2014

[Filme] Don Jon (2013)

Já aqui falei da evolução da carreira de Joseph Gordon-Levitt que, surpreendentemente, não pára de crescer.
O ano passado foi o escolhido, pelo próprio, para iniciar de forma mais séria, o seu papel no outro lado da câmara: como produtor, escritor, realizador.
Em Don Jon, consegue juntar a tudo isto o facto de ser o protagonista do filme, ao lado de uma não tão bela como habitual, Scarlett Johansson.


Don Jon é daqueles filmes que usam os (maus) hábitos que temos (não se sintam ofendidos) para fazer disso o ponto principal da história, através da sátira.
Gordon-Levitt é Jon (ou Johnny, para os amigos) e desde o início da longa-metragem que admite ser viciado em pornografia. É, aliás, na cena introdutória do filme que faz essa confissão.
Os hábitos de Jon são até bastante comuns: vai à Igreja ao Domingo; gosta de ir à discoteca com os amigos engatar umas miúdas (dorme com muitas delas); frequenta assiduamente o ginásio para manter a forma, etc. Contudo, numa das suas famosas saídas à noite e numa conversa com os amigos Bobby e Danny, descobre que ainda lhe falta um feito na sua extensa lista de mulheres que conseguiu levar para a cama: uma rapariga que alcance um 10 na escala elaborada por homens e que relaciona a beleza feminina com o corpo atraente (nada de muito científico, como sabemos). É precisamente nessa noite que surge Barbara (Scarlett Johansson): a perfeição de cara e corpo, o 10!
Como com todas as outras raparigas que conhece na noite, Jon tenta levar Barbara para um love affair de apenas uma noite. Infelizmente (ou felizmente), não é isso que acontece. Barbara é das “complicadas” e quer uma coisa mais séria. Acabam por traçar uma história que contrasta o amor que Jon nutre pela namorada e o seu vício na pornografia. Ela, como namorada que se preze, não gosta que após fazerem sexo o namorado ainda sinta necessidade de ver umas atrizes aos saltos.



O filme baseia-se principalmente na sátira ao mundo masculino, com especial incidência na pornografia (não o ato em que é feita, mas a sua visualização) e no que daí pode advir. Um viciado em pornografia que, paradoxalmente, tem várias mulheres na sua vida e mesmo assim prefere o pequeno ecrã do seu portátil.
Até que ponto um addicted em pornografia consegue ser um homem saudável e manter uma vida normal? Não sei. Nem pretendo saber. Mas sei que nesta primeira grande experiência a solo, Levitt não falhou. O menino bonito fez de engatatão de ginásio, daqueles que vestem manga cava em demasia, metem, em porções igualmente exageradas, gel no cabelo, e são obcecados por músculos. Scarlett é também ela uma mulher completamente diferente. É a menina bonita do ghetto que masca pastilha de boca aberta em todas as cenas do filme. Ambos representam, e bem, uma grande fatia da sociedade em que vivemos: o casal que muitas vezes apanhamos aos beijos no lugar mais escondido da rua, ou até nos corredores da escola/faculdade/local de trabalho. O filme conta ainda com a presença da experiente Julianne Moore (Esther), que acaba por ter um papel importante na vida de Jon e na batalha contra o seu vício. 



Em suma, é uma bela estreia atrás da câmara, que marca o boom geral de Gordon-Levitt. Podia ser melhor? Podia. Está mau? Longe disso. É para continuar, Joseph.


7/10

Sem comentários:

Enviar um comentário