sexta-feira, 30 de março de 2012

[Música] Blood Red Shoes - Box of Secrets (2008)

"Nothing can stop this Creeping Fear"



Desde o lançamento do seu primeiro single "Victory for Magpie" e uma grande panóplia de EP´s(Melvo, How to pass time), Steven Ansell e Laura-Mary Carter decidem arriscar e lançar um LP em 2008.
Para uma banda que estava habituada a tocar na cozinha ou apenas em pubs locais, este foi um grande passo mas surpreendentemente conseguiu demonstrar que todas os grupos indie devem apostar em algo e devem acreditar no seu sucesso. Sem ambição não se vai a lado nenhum. 



Como resultado das experiências, este grupo consegue refinar os EP´s e traz algo que raramente é visto. Temos dois elementos, uma vocalista e um baterista. Mas onde está o baixista? Confesso que fiquei surpreendido porque este é um elemento que faz muita falta a determinados grupos mas neste caso tudo isto resulta na banda.
Dois amigos a produzirem o tipo de música que mais gostam, empenhados e a tentar vingar numa carreira musical.
A grande surpresa é o facto de o baterista cantar ao mesmo tempo que toca. Algo que eu acho particularmente difícil mas que resulta bastante bem.
O álbum é barulhento, é garage punk rock no seu melhor.
Os instrumentos estão muito bons e embora os riffs da guitarra sejam simples, conseguem fazer músicas interessantes. O que é espectacular é que temos o som da bateria a martelar as músicas todas com uma energia notável. Só peca na variedade: as músicas não são compridas, falta outros instrumentos(Algo que a banda conseguiu compensar muito bem com o "In Time To Voices"), e a artwork podia ser melhor.

Destaco a faixa "This is Not for You" que começa muito calma e depois vai aumentando a intensidade que converge num estilo mais rock. "Walked in Circles, held in Breath; Stumbled back into this mess... "; "I Wish I was Someone Better" que demonstra a sintonia entre as vozes dos dois elementos com melodias simples e claro a "It´s Getting Boring by the Sea" que é a faixa mais mainstream da banda devido ao facto de estar na banda sonora do filme "Scott Pilgrim vs the World". 
À medida que o disco vai acabando, o grupo toma uma abordagem mais aberta e faz músicas mais variadas como "Forgive Nothing" e "Hope you are holding up"

Algo que ajudou a melhorar muito a consistência do grupo foi a tour em 2008, na qual provaram que não são apenas outra banda de estúdio e que são muito bons ao vivo. 

Deixo aqui um vídeo para quem quiser ver:


Com este CD a banda conseguiu estabelecer uma posição estável e a partir daqui foi só limar melhor as arestas e tentar fazer algo ainda melhor. 

7.5/10


quarta-feira, 28 de março de 2012

[Música] Os Azeitonas



Como se tem falado muito nesta banda portuguesa (devido a uma actuação de um concorrente, no programa Ídolos), é tempo de ir ver ou rever, os álbuns já lançados por este grupo. São já 3: Um Tanto ou Quanto Atarantado; Rádio Alegria; Salão América. 
Pode, e deve, ouvir a discografia neste blog da banda: http://blog.osazeitonas.com/

Demonstram bem que Portugal também tem boas bandas, que fazem música que precisa de ser melhor explorada. Tanto posso estar a falar dos Azeitonas, como podia referir "doismileoito", "Linda Martini" ou "Paus", que fabricam temas de grande qualidade, apenas necessitam de maior visibilidade e que o povo português se vire mais para o que tem de bom e pare de procurar exclusivamente no estrangeiro. Cá dentro também temos bons grupos.

Os Azeitonas, são um desses grupos que merecem ser melhor explorados, e já está mais do que na altura de dar valor ao que é nosso, e bom. 
Apesar de tudo, contam já com alguns sucessos e músicas bem divulgadas na rádio, como Quem és tu Miúda? ou Café Hollywood.

Aqui fica uma das música que pode ouvir no Blog dos Azeitonas:


terça-feira, 27 de março de 2012

[Música] Ornatos Violeta - O Monstro Precisa de Amigos(1999)

"Uma chaga para lembrar que há um fim"




Actualmente nas ruas do Porto, são muitos os que se referem a uma banda Portuguesa fantástica que foi uma grande referência da música Portuguesa no final dos anos 90.
Mito para muitos e banda de culto para outros, a verdade é que este grupo foi fonte de inspiração para muitas das bandas nacionais que se estão a destacar actualmente (Linda Martini é um perfeito exemplo) com uma mistura contida e cuidada.
Estou a falar obviamente dos grandes Ornatos Violeta.


O seu segundo e último álbum lançado a 22 de Novembro de 1999 ainda hoje faz furor.
Este é um CD mágico, tanto pelas participações especiais como Vitor Espadinha e do Gordon Gano, vocalista dos Violent Femmes como pela emoção que o vocalista Manuel Cruz consegue transmitir.
Música sentida com dotes poéticos e que tem como protagonista um dos maiores génios da música Portuguesa.
Querem melhor que isto?

No Monstro Precisa de Amigos existe uma grande explosão de novas experiências e influências que converge numa espiral lírica e irreverente de uma juventude revoltada.
Tem um pouco de tudo(Hard Rock, Rock Alternativo) e fusão de novas tendências como por exemplo o Ska e o Jazz.
Músicas como "Chaga", "Dia Mau" e "O.M.E.M" transmitem a perfeita combinação de vários estilos musicaIs e nota-se um lado mais emotivo e romântico na aclamada faixa "Ouvi Dizer".
Tudo resulta num álbum simbólico que tem "Fim da Canção" como pano de fundo. "Chegamos ao fim da canção" é a frase que mais fica na cabeça dos milhares de fãs  e que praticamente anunciou o fim prematuro deste grupo.
Ganhou ainda diversos prémios como o importante "Melhor álbum Português editado entre 1994 e 2009" numa votação elaborada pela Antena 3.

A poesia reina e é senhora importante. Um grande marco da música Portuguesa.

9.5 /10


[Música] Lana Del Rey - Born To Die (2012)



Anunciado como álbum do ano, Born to Die, parece ser a rampa de lançamento que Lana Del Rey procurava. O seu título, bastante extremista, Born to Die é também a primeira faixa do álbum, que agrada ou passa simplesmente ao lado de muitos.

Em 2009 pelo nome de Lizzy Grant a cantora tentou lançar-se, mas ao que parece não era a altura certa. Dona de um estilo próprio, Lana, descreve se como confusa, floral e estranha. O estilo musical? Está entre Indie Pop, Hollywood Sad Core e Rock. Podemos ter em conta que a cantora tem influências musicais como Nirvana, Frank Sinatra, Bob Dylan, Eminem, entre outros.




Numa entrevista à MTV, Lana, fala do papel da escrita na sua vida, revela ser primeiro escritora e só depois cantora.
Confessa, ainda, que Video Games, Blue Jeans e Born to Die fazem parte de uma trilogia, que retrata um amor efémero que a própria viveu e que irá lembrar para sempre.

Na minha opinião é uma voz que primeiro estranha-se depois entranha-se. O álbum está repleto de nostalgia, melodia e ritmo próprio, uma compilação muito bem conseguida.
Classifico o álbum com 6.5/10.

Para quem quiser ouvir esta doce voz, fica a sugestão..


sábado, 24 de março de 2012

[Filme] Um Cidadão Exemplar (2009)




Um Cidadão Exemplar (Law Abiding Citizen), é um filme lançado em 2009, que tem como principais rostos Gerard Butler e Jamie Foxx.
Contém crimes, e uma acção sempre misteriosa e brutal que nos prende, querendo saber e perceber melhor a grande personagem interpretada por Butler.

Este é um daqueles filmes que não podemos desviar o olhar durante 1 segundo que seja. Não porque iremos perder o desenlace das história, mas porque seria um desperdício, dada a qualidade do mesmo.

O filme tem um forte lado político, visto que a base da história começa num crime cometido em casa do protagonista, que vai à procura de vingança, de justiça. E é aí que entra a outra grande cara do filme, o actor Jamie Foxx, também com uma grande actuação. A crítica à política começa nesse preciso momento, visto que a personagem de Jamie (Nick Rise) é um homem de tribunais, e é tido como mal-feitor, enquanto a personagem de Butler (Clyde Shelton) é a vítima revoltada.

Críticos mais duros acusam o filme de plágio nalgumas cenas, de séries como Dexter. Isto deve-se ao facto de Shelton ter gestos muito parecidos ao serial killer de Dexter.
Não creio que isso afecte minimamente o filme, que, para mim, é um dos melhores desse ano, e dos que certamente me marcou mais, porque ainda hoje estou a escrever sobre ele!

Aconselho vivamente a assistirem.

Nota ao filme: 9/10.


sexta-feira, 23 de março de 2012

[Música] Michael Kiwanuka - Home Again (2012)



O cantor britânico Michael Kiwanuka ganhou reconhecimento o ano passado, com o lançamento de singles, EP's e pequenas actuações ao vivo. O seu género musical mistura soul e blues, numa harmonia belíssima. Faz lembrar a boa música que se fazia, e que hoje parece cada vez mais desaparecida.

Venceu o Sound of 2012, da BBC. Um prémio que é considerado uma grande rampa de lançamento, pois os seus vencedores alcançam mais facilmente a fama.

Home Again é o seu primeiro álbum, foi lançado em Março no nosso país, e conta com 10 maravilhosas faixas, sempre no seu tom de voz calmo e sereno.
Um CD para ouvir e voltar a ouvir, porque é simplesmente fantástico este primeiro grande trabalho de Michael Kiwanuka, que veio mostrar o seu talento ao Mundo. Um nome para não esquecer e seguir atentamente.

Esperemos que seja para continuar, e por muitos anos!

Nota ao álbum: 9,5/10. Divino.


E para aguçar o apetite...


quinta-feira, 22 de março de 2012

[Música] Blood Red Shoes - 'In Time to Voices' (2012)


Estonteante, Imprevisível e Assombroso. Que Regresso!



O duo de Brighton surpreendeu tudo e todos mais uma vez e com uma progressão muito acentuada. Quando uma banda tenta mudar de estilo podem acontecer três coisas: Perder a essência que caracteriza a sua música, "venderem-se" às editoras o que leva à perda da fan base mais antiga ou fazer algo completamente original e muito bom que não lembra a ninguém. Neste caso, foi mesmo isso que aconteceu.

Com um álbum de estreia muito aclamado, 'Box of Secrets' e um segundo álbum que segue exactamente o mesmo caminho que o primeiro, 'Fire Like This', todos esperavam mais do mesmo.

Esta nova experiência não tem o habitual 'garage punk rock' e consegue criar uma atmosfera muito interessante que mistura diversos estilos diferentes. É irreverente e muito ambicioso. Prova que a banda melhorou bastante é a conciliação perfeita entre a Laura Mary-Carter e o Steven Ansell. Pouco havia para melhorar mas estes conseguiram melhorar bastante as vozes e a sintonia que já existia entre ambos.

A voz da vocalista e guitarrista do grupo está muito mais expressiva, sensual e capaz de demonstrar todo o seu talento, como por exemplo na 'In Time to Voices'. A guitarra continua barulhenta como sempre com ritmos repetitivos mas agradáveis. Mas o grande trunfo do CD, é o trabalho que o Steven conseguiu desenvolver. Somos constante presenciados com sons fantásticos e agressivos da sua bateria em músicas como 'Cold' ou 'Je me Perds'. Destaca-se também a influência de bandas como Pixies, Nirvana e a série preferida da banda: Twin Peaks. A sonoridade é muito semelhante à banda sonora da série que marcou a vida dos dois membros desde pequenos.

Concluindo, a banda decidiu arriscar e fez muito bem. Não só conseguiu demonstrar ainda mais o seu talento como também está a tentar chegar ao infinito. Algo me diz que vamos ouvir falar muito bem destes miúdos no futuro... Podem ouvir o álbum aqui e ainda podem ler um guia para vos ajudar a desfrutar em pleno deste 3º disco.

 9/10


[Blogue] Bem-vindos!

Este blogue derivou de uma ideia.
Iremos aqui fazer críticas a diversos assuntos como cinema e música, mas também mostrar os nossos gostos e opiniões. Várias cabeças, com vários pontos de vista.

 E que o espectáculo comece.